ESX: Projetos do Ifes destacam inovação tecnológica, inclusão e acessibilidade no segundo dia de exposição
Entre os destaques da edição está a robô terapêutico para crianças neurodivergentes
No último sábado, 15 de junho, a Feira de Inovação e Negócios (ESX) foi palco para a apresentação de quatro projetos do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Três dessas iniciativas fazem parte do Empreendedorismo Inovador da Setec/MEC, projeto executado em parceria com o Ifes, e são oriundas do campus Serra. Além dessas, também marcou presença um projeto do campus Linhares.
Essas iniciativas utilizam tecnologias de ponta, como inteligência artificial, visão computacional e robótica educacional, com potencial para transformar diversos setores da sociedade. Promovendo a inovação no ensino, eles impulsionam o avanço tecnológico nos campi do Ifes, alinhando-se às demandas do mercado nas áreas de inclusão, acessibilidade e oportunidades empreendedoras. Quem passou por lá, teve a oportunidade de conhecer um pouco dessas iniciativas.
RoboTech 4.0 - Robótica e Tecnologia
O projeto incentiva o ensino e a difusão da robótica entre crianças e jovens através de kits educacionais avançados. Uma demonstração com vários kits de robôs chamou a atenção dos visitantes, especialmente um robô de linha que, após ser programado, não sai do seu percurso. Inicialmente desenvolvido para fins educacionais, este modelo pode ser aprimorado e aplicado na Indústria 4.0.
Câmeras Inteligentes para Indústria 4.0
Trata-se de uma tecnologia baseada em inteligência artificial para detectar desalinhamentos, furos e rasgos em correias transportadoras de minério. Essa inovação permite a manutenção preditiva, evitando custos elevados e paradas não programadas.
Segundo o coordenador, Rogério Passos, atualmente não há tecnologia similar disponível no mercado com essa precisão. Portanto, essa solução é crucial para a Indústria 4.0, oferecendo um método viável e econômico para a indústria de mineração. “O projeto tem potencial para ser adotado por grandes players do setor de minério no Espírito Santo, como Vale e Samarco”, explicou o coordenador.
Medidor de Desgaste de Furo de Lança de Convertedores LD
Este medidor realiza o monitoramento preciso do desgaste de lanças de convertedores LD na indústria siderúrgica, utilizando inteligência artificial e visão computacional. A iniciativa propõe um dispositivo compacto equipado com uma câmera em uma barra extensível, capaz de acessar locais de difícil alcance. As imagens capturadas são analisadas por uma rede neural treinada para identificar e medir o desgaste nas pontas das lanças e no bico. Esse sistema torna o procedimento de segurança mais rápido, preciso e fácil, permitindo uma identificação detalhada dos desgastes em segundos.
Para as alunas do quarto período de Engenharia de Controle e Automação do Ifes Serra, Júlia Rosa e Waleska Sulke, que são bolsistas do projeto, a participação no desenvolvimento dessa tecnologia está sendo uma experiência enriquecedora. Waleska destacou: "O mais interessante é que, na engenharia de controle e automação, programação não é nosso foco principal. No entanto, devido aos projetos científicos que realizamos, precisamos aprender. Foi a primeira vez que trabalhei com front-end, porque o projeto exigia".
Júlia, que teve que aprender Inteligência Artificial para desenvolver o sistema, acrescentou: "Isso é uma das melhores partes dos projetos desenvolvidos no Ifes: eles permitem que os alunos adquiram conhecimentos além do que a grade curricular oferece. Assim, a maior vantagem de participar desses projetos é a experiência prática que ganhamos, algo que o curso sozinho não proporcionaria".
Maria T21 - Robô Terapêutico
Outra atração que prendeu a atenção de adultos e crianças foi Maria T21, um robô terapêutico para o desenvolvimento cognitivo e psicomotor de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com Síndrome de Down (SD). Equipado com um projetor de Jogos Sérios (JS), ele exibe brincadeiras que vão além do entretenimento, ensinando conceitos fundamentais por meio de ferramentas lúdicas.
Segundo João Antônio Panceri, professor de Controle e Automação do campus Linhares e um dos criadores do robô, ele descobriu por acaso que Maria, ao mudar expressões faciais e movimentar a cabeça, podia demonstrar tristeza, o que levava as crianças a abraçá-la. Isso inspirou a criação da "terapia do abraço": Maria aparenta tristeza, levanta os braços e pede um abraço, e as crianças a abraçam. Em seguida, os terapeutas também pedem um abraço às crianças, que geralmente atendem. Isso ajuda a quebrar barreiras de interação, facilitando a conexão humana dentro da família dessas crianças.
João explicou que o surgimento do robô ocorreu durante seu curso de mestrado na Ufes, em parceria com o professor orientador Teodiano Bastos. Maria T21 já está em processo de incubação na incubadora de Linhares, mas ainda faltam recursos para lançar o produto no mercado, o que ele considera o maior desafio. No entanto, a participação em eventos com ESX pode ajudar a apresentar a Maria T21 para um público especializado e atrair o interesse de potenciais investidores em tecnologia.
Em resumo, a participação do Instituto Federal do Espírito Santo na ESX 2024 foi uma oportunidade para apresentar essas inovações ao público, destacando a capacidade criativa e técnica de seus alunos e professores.
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