Ir direto para menu de acessibilidade.
Portal do Governo Brasileiro
Página inicial > Notícias > Ifes desenvolve aplicativo para identificar ácaro rajado em plantações de morango
Início do conteúdo da página

Ifes desenvolve aplicativo para identificar ácaro rajado em plantações de morango

Escrito por Leonardo Saimon Duarte Lacerda | Publicado: Segunda, 24 de Junho de 2024, 09h18 | Última atualização em Terça, 25 de Junho de 2024, 08h20

Solução mobile está em fase de testes, mas já conta com o apoio de setores agrícolas e do poder público 

 WhatsApp Image 2024 06 24 at 091113 2

Alunos E professores do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes) desenvolvem um aplicativo mobile que identifica pragas em plantações de morango. A solução mobile está em fase de testes e deve ser disponibilizada para o público já no ano que vem. A iniciativa é uma parceria conjunta entre o Ifes campus Serra e o campus Alegre. O projeto de extensão já conta com o apoio da Prefeitura de Santa Maria de Jetibá e da Cooperativa Cooperfruit, da região de Garrafão. 

 

O projeto nasceu em 2022 quando o professor do Ifes Serra, Fidelis Castro, doutor em Matemática Aplicada, identificou, através dos estudos do Fortalecimento da Agricultura Capixaba (FortAC) que os prejuízos causados pelo ácaro rajado podem chegar a 20% da produção. 

 

“Para combater essa praga, muitos produtores recorrem ao uso indiscriminado de acaricidas, muitas vezes sem considerar a densidade do dano causado pelo ácaro. Esse cenário não apenas gera gastos desnecessários, mas também prejudica o meio ambiente e compromete a qualidade dos produtos agrícolas”, explica Castro. 

WhatsApp Image 2024 06 24 at 091112

Um dos principais focos do projeto é incentivar o uso de métodos de controle biológico como técnica principal de manejo. Essa abordagem, que consiste na inserção de ácaros predadores que se alimentam dos ácaros rajados, não apenas elimina a praga de forma natural, mas também promove a produção de morangos sem resíduo inorgânico, contribuindo para a valorização do produto final.

 

Este projeto é composto pelos professores Sávio da Silva Berilli, Victor Dias Pirovani e Victorio Albani de Carvalho, além do professor Fidelis Castro e estudantes dos cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Engenharia de Controle e Automação, Técnico em Informática para a Internet, Técnico em Mecânica, Ciências Biológicas e Agronomia.

 

“Para mim, tem sido uma excelente experiência. Gosto de estudar arquitetura de software, e tem sido um excelente aprendizado ver concretamente a aplicação do conteúdo teórico de diferentes esferas tecnológicas”, conta o Marcos dos Santos, aluno de Sistemas de Informação.

WhatsApp Image 2024 06 24 at 091113 1

 

Levantamento de dados em informações 

 

Para garantir a efetividade do aplicativo, os alunos e professores viajam até às regiões de plantio de São João do Garrafão para coleta de dados e realização de entrevistas com produtores locais. Além disso, os professores e alunos se reúnem no laboratório de Entomologia do Ifes de Alegre para analisarem as folhas infestadas pelo ácaro rajado. 

 

A captura de fotos realizada pelos alunos tanto em regiões de plantio como no Ifes de Alegre forma um conjunto de dados que é utilizado para treinar uma rede neural profunda, ou seja, um tipo de modelo matemático que aprende com dados e depois consegue generalizar esse conhecimento adquirido para analisar novos dados.

WhatsApp Image 2024 06 24 at 091113

Os estudantes capturaram  mil fotos de folhas infestadas por ácaros rajados e seus ácaros predadores. Depois da captura, eles utilizaram uma ferramenta computacional de anotações para indicar a posição e o tipo de cada ácaro em cada foto. Desse conjunto de mil fotos anotadas, o grupo alimentou o modelo matemático com 900 fotos para treiná-lo e validá-lo, ou seja, para que ele aprendesse a reconhecer os diferentes tipos de ácaros.

 

Ao término do desenvolvimento do aplicativo, a intenção é que os produtores utilizem a plataforma para monitoramento dos plantios e reportem os resultados a um grupo de especialistas do Ifes, os quais, vão avaliar e acompanhar os resultados obtidos e darão cursos de formação aos produtores. A ideia é que a médio prazo, os produtores tornem-se autônomos na utilização da solução. 

 

“A comunidade de pesquisadores vinculados ao projeto irá a campo explicar qual a finalidade da solução, como utilizá-la de modo adequado conjuntamente com técnicas de manejo específicas, como a escolha do cultivar e a escolha do substrato. Além disso, pretendemos fomentar a realização de controle biológico, diminuir o uso de químicos e melhorar o ambiente como um todo. Para isso serão necessários encontros e oficinas”, conclui o pesquisador.

registrado em:

Notícias

Fim do conteúdo da página