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Rodas de Conversa promovem trocas de experiências e popularização da ciência no Ifes

Publicado: Sexta, 29 de Novembro de 2024, 09h36 | Última atualização em Sexta, 29 de Novembro de 2024, 13h34

Evento integra projetos de extensão e ensino entre campi, incentivando sinergias e conexão com a comunidade.

As rodas de conversa, realizadas durante a jornada de integração do Ifes, têm se consolidado como um espaço essencial para troca de experiências, apresentação de projetos e fortalecimento das conexões entre estudantes, professores e a comunidade. Criada em 2018 pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex), a iniciativa adapta os conceitos das rodas de cultura de Paulo Freire para promover a integração entre campi e a sinergia de ações de ensino e extensão.

Célio Maioli, Coordenador Geral de Ações de Extensão do Ifes explica que cada roda reúne cerca de 10 a 11 projetos de diferentes campi. "O objetivo é integrar e trocar experiências. Queremos que os alunos apresentem resultados de forma leve, sem a pressão da formalidade acadêmica. Assim, conseguimos exercitar habilidades como falar em público e também promover uma ciência acessível, que conecta diferentes ações", explica.

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Célio também destaca que o formato mais lúdico e colaborativo das Rodas de Conversa possibilita que os alunos se expressem de forma descontraída, mantendo o rigor científico, ao mesmo tempo em que exercitam a habilidade de falar em público e compartilham experiências que frequentemente complementam os trabalhos de outros colegas.

Os mediadores e participantes destacaram o impacto desse formato. Nahun Gonçalves, um dos coordenadores das rodas, enfatizou a importância das interações: "É um momento que conecta pesquisas e formações, permitindo mudanças de pensamento e maior proximidade com a comunidade do Espírito Santo."

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Para a professora e extensionista Débora Ferreira, a troca de vivências durante o evento contribui significativamente para o crescimento dos alunos e para a disseminação de ideias. "Sempre é uma troca rica. Aprendemos muito ao compartilhar nossas experiências e perceber o impacto do nosso trabalho na comunidade externa."

Entre os projetos apresentados, destacam-se o PIPAS (Projeto Interdisciplinar de Promoção e Atenção à Saúde), liderado pela aluna Fernanda Pissarra, que utiliza cosmetologia para conscientizar crianças sobre dermatite atópica, e a iniciativa da aluna Débora Ferreira, que ensina química de forma lúdica através da produção de chocolate artesanal para alunos visitantes. 

Superação pela ciência e a Química acessível

Fernanda Pissarra, aluna do curso de Biomedicina, trouxe ao evento um projeto que nasceu de um desafio pessoal. Ao lutar contra dermatite atópica, condição que afeta 20% das crianças no mundo, Fernanda precisou abandonar o curso de Química e buscar uma nova trajetória acadêmica. Foi assim que surgiu o Projeto Interdisciplinar de Promoção e Atenção à Saúde (Pipas), uma iniciativa que une cosmetologia e divulgação científica de forma lúdica.

“Dentro do Pipas, eu consegui desenvolver o meu trabalho de conclusão de curso. Criamos ações em escolas para ensinar crianças sobre saúde e dermatite atópica. Percebemos que 90% delas não sabiam nada sobre o tema antes do projeto”, explicou. As atividades incluem levar os estudantes ao laboratório para produzir cosméticos e aprender de forma prática e criativa. “É o único momento que muitas delas têm para ouvir sobre ciência, então buscamos um equilíbrio entre simplificar o tema e preservar o conteúdo científico.”

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Fernanda acredita que o projeto não apenas quebrou barreiras entre a ciência e a comunidade, mas também transformou sua relação com o conhecimento. “O Pipas me deu a chance de devolver algo à comunidade, especialmente em Soteco, onde nossas ações têm alcançado um impacto significativo.”

Débora Ferreira, quase formada em Licenciatura em Química, também encontrou nas Rodas de Conversa um espaço para validar seu projeto e sua trajetória acadêmica. Por meio de uma proposta criativa, Débora utiliza a produção de chocolate artesanal para ensinar química a estudantes de escolas públicas que visitam o Ifes.

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“A ideia era usar algo do dia a dia para aproximar os alunos do mundo da ciência. Muitos nem sabiam que poderiam acessar o Ifes, e hoje enxergam o campus como uma possibilidade real de futuro”, contou. Durante as Rodas, Débora percebeu que seu trabalho também inspira outros extensionistas a persistirem na caminhada pela educação científica.

“Esses momentos me fazem sentir que não estou sozinha. Conhecer outros projetos, ver as lutas de colegas pela extensão e perceber o impacto que geramos na comunidade é muito gratificante”, afirmou. Ela destaca ainda o retorno dos estudantes que participaram das ações no campus: “Saber que eles saem dali pensando que podem ocupar esse espaço é a maior recompensa.”

Jornada de Integração 

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A Jornada de Integração do Ifes e a Feira de Ciências e Inovação Capixaba (Fecinc) são eventos que destacam a produção acadêmica e científica do Espírito Santo e promove o diálogo entre educação, pesquisa e inovação. A Jornada, que em 2024 percorreu as regiões Norte, Sul e Central do estado, reúne atividades como apresentações de trabalhos, oficinas e minicursos, abertos ao público e distribuídos em três etapas: nos dias 21 e 22 de novembro, no Campus Linhares; 25 e 26 de novembro, no Campus Guarapari; e 27 a 29 de novembro, no Campus Serra. Em 2023, cerca de 3.500 pessoas participaram dessa iniciativa, consolidando-a como um espaço de troca de experiências entre alunos, professores e comunidade externa.

Já a Fecinc, realizada de 27 a 29 de novembro no Campus Serra, recebe projetos inovadores de estudantes do ensino fundamental e médio de todo o estado. Com abrangência estadual desde 2023, quando passou a ter seu nome atual, a feira conecta jovens talentos a um ecossistema científico que os qualifica para participar de feiras nacionais e internacionais. O evento é uma vitrine para projetos que utilizam o método científico ou de engenharia para propor soluções técnicas e tecnológicas, incentivando o protagonismo estudantil e o avanço do conhecimento.

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