Especialistas defendem formação de professores e uso de IA como suporte pedagógico em congresso no Ifes

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Durante o Congresso Regional de Formação e Educação à Distância (Concefor) promovido pelo Centro de Referência em Formação e em Educação a Distância (Cefor) especialistas defenderam a formação de professores e o uso de Inteligência Artificial (IA) como suporte pedagógico. A VII edição do Concefor trouxe para o centro dos debates as novas tecnologias como possibilidades para o trabalho do professor. O evento começou nesta quarta-feira, 14, e vai até sexta-feira, 16. 

O professor convidado doutor em Ciência da Computação pela Aalto University, na Finlândia, Rodrigo Duran argumentou que os professores não devem encarar a Inteligência Artificial como uma ameaça ao trabalho do educador.

“Quando elas [as pessoas] entendem o que que essas ferramentas são capazes de fazer, elas têm um receio por, aparentemente, elas fazerem tudo o que o professor já faz”, pontua. 

Rodrigo explica que é preciso compreender estas novas ferramentas e seus limites e reforça que elas não substituirão o professor porque, segundo ele lembra, a IA precisa ser conduzida por um agente humano. 

Já a professora e doutora em Educação Marize Passos destaca a importância da formação desses profissionais para que eles explorem o potencial das novas ferramentas. 

“É uma ferramenta que veio pra ajudar, agora o professor precisa ser capacitado para entender o que é essa ferramenta é capaz e em que ela pode ajudar”, complementou Marize. 

Tanto Marize quanto Rodrigo concordam que, ao compreender as diversas formas de manusear essas ferramentas, o professor também conduz o aluno a um processo de mostrar as potencialidades destas ferramentas e as maneiras positivas de explorá-las. 

Contribuição para os novos tempos 

A Concefor ocorre a cada dois anos e tem como proposta capacitar os profissionais de educação quanto aos principais temas que permeiam a realidade dentro e fora da sala de aula. 

Jadson Rafalski, professor de uma escola pública em Vila Velha, tem participado do congresso e acredita que encontros como este são primordiais porque, segundo ele, os dados atualizados possibilitam novos insights para questões postas durante as aulas.

“Eu vejo que aqui a gente consegue, primeiro se atualizar, pegar informações importantes, insights importantes; que podem ser usados no ambiente escolar. Junto aos alunos, a gente vive uma realidade que nos exige estarmos sempre atualizados”, avalia. 

Como aluno de doutorado na turma do Mestrado e Doutorado Profissional em Educação em Ciências e Matemática (Educimat), Jadson diz que esses debates permitem com que ele reavalie seus estudos para que esteja mais alinhado com o que há de mais atualizado no debate acadêmico e fora dele. 

Além da mesa-redonda no palco principal, os participantes também contam com oficinas e eventos paralelos que trazem todo o debate para a prática. Desde o manuseio do Chat GPT até na produção de roteiro para aulas criativas.  

Márcia Gonçalves, coordenadora do evento, conta que, apesar do Chat GPT ter sido o grande destaque do evento, o Concefor também abordou sobre o uso da programação como uma possibilidade de dinamizar as aulas. 

“A gente fala de inteligência tecnológica que é uma inteligência que é tanto artificial quanto humana também. A ideia é que os professores expliquem para as pessoas como elas podem nos assistir e não substituir”, explica. 

Além disso, Márcia revela que o Projeto Rio Doce Escolar vai trazer ações e tecnologias que estão sendo desenvolvidas pela iniciativa no contexto ambiental. A Concefor vai produzir uma edição especial da revista Sala de Aula em Foco. O exemplar propõe reflexão, a pesquisa e a disseminação do conhecimento no campo da educação e tecnologia educacionais, contribuindo para o aprimoramento do ensino-aprendizagem. 

Por fim, professores e alunos da turma de mestrado do Educimat farão o pré-lançamento de um ebook que aborda os desafios da IA na Educação. O evento vai dispor de um espaço onde cada capítulo do ebook será debatido.